Detento que sofreu estupro coletivo conta que era intimidado e foi ignorado ao pedir socorro
A vítima contou sobre o momento de terror vivido na segunda-feria (27) na Ala LGBTQIA+ do Centro de Detenção Provisória de Tangará da Serra

veja o vídeo: https://www.instagram.com/reel/DFc1a8UN30G/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA==
Em depoimento à polícia, o reeducando de 46 anos, que foi violentando por seis criminosos na Ala LGBTQIA+ do Centro de Detenção Provisória de Tangará da Serra, contou sobre o momento de terror vivido na segunda-feria (27). Segundo ele, os outros presos já o intimidavam para manter relações sexuais e ele se negava. A vítima relatou ainda que os agentes penitenciários ignoraram seus gritos de socorro durante a violência.
O reeducando relatou que, embora a ala seja especificamente para reeducandos LGBTQIA+, nem todas as pessoas enviadas para o local são homossexuais. Ele conta ainda que seu companheiro de cela foi transferido para outra unidade e foi aí que tudo começou.
Sozinho, ele passou a ser intimidado por outros detentos, que o constrangiam para que ele aceitasse ter relações sexuais com o grupo. "Foi lá onde que eles começaram a... Como posso falar? Ficar de gracinha. É, ficar de gracinha. Bora fazer um sexo, bora fazer isso, bora fazer aquilo. Aí eu sempre negando, não querendo fazer", diz o reeducando em depoimento.
A vítima relata que na manhã do dia em que ocorreu o crime, tinha ido buscar medicamentos, psicotrópicos em quantidade para uma semana, e tomou o remédio referente ao dia. De repente, ele conta, o recipiente onde estava o restante das drogas havia sumido.
Em seguida, os detentos repartiram um suco, que todos beberam. No entanto, conforme o relato do reeducando, o copo dele estava "batizado" e imediatamente começou a se sentir mal. "Aí eu comecei a sentir uma tontura e, tipo assim, já estou acostumado a beber remédio. Então eu vi que eu já estava ficando 'grogue', alguma coisa, e foi lá onde começou. Eles querendo fazer sexo, querendo fazer sexo, e eu falando que não, que não", relatou.
Diante da negativa, os detentos ignoraram sua vontade e o violentaram. "Aí já veio um, socou o outro, já segurou e começou. Eu chamei, eu gritei, aí foi lá uma policial penal chamada [censurado]. Eu falei para ela o que tinha acontecido e ela me perguntou: 'você não gosta? Você está na sua ala, você está aí para fazer isso mesmo'. Só isso", relata o detento.
A vítima contou ainda que chegou a ser ameaçada, sendo avisada que seria morta se o caso chegasse à polícia.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Justiça de Mato Grosso (Sejus MT) confirmou o crime e disse que prestou todo o amparo necessário para atender o reeducando, que já foi levado para uma unidade de saúde, recebeu atendimento médico e passou por exame de corpo de delito. A Polícia Penal está colaborando com a investigação da Polícia Civil e a Corregedoria vai apurar se houve alguma falha na execução dos procedimentos de socorro à vítima.
Christinny dos Santos
Única News
Assista ao vídeo do depoimento obtido pelo portal de notícias VGN:https://www.instagram.com/reel/DFc1a8UN30G/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA==
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